sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vídeo: O uso de animais para experimentação é cruel e desnecessário



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De vivisseccionista a antivivisseccionista


Permitam-me que me apresente: Meu nome é Carlos Roberto Zanetti, sou paulista de Jundiaí, interior de São Paulo. Formei-me em Ciências Biomédicas pela então Escola Paulista de Medicina, onde também desenvolvi minha dissertação de mestrado e de doutorado, ambas em Imunologia, tendo o vírus rábico como objeto de estudo.

Durante o doutorado fiz um estágio sanduíche no Instituto Pasteur de Paris, na Unité de la Rage. No intervalo entre o mestrado e o doutorado prestei concurso público no Instituto Pasteur de São Paulo, onde dei início a uma carreira de pesquisador científico.

Naquela época tinha o sonho de ser aprovado em um concurso para professor na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o que se tornou realidade em 1997. Hoje sou professor associado 3, chefe do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia e orientador no Programa de Pós-graduação em Biotecnologia e Biociências da UFSC. Além disso sou bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq – Nível 2. A trajetória descrita nesta dezena de linhas representa o percurso de uma vida de 50 anos, que completo no próximo mês.

Metade desses anos estive constantemente em contato direto com animais de laboratório e graças às suas vidas (ou às suas mortes?) publiquei a ampla maioria dos meus 42 trabalhos científicos. Embora não gostasse de executar vários procedimentos com animais, nada indicava que um dia eu abandonaria tais práticas, até eu ter sido indicado representante de meu Departamento junto a Comissão de Ética em Pesquisa com Animais (CEUA).

Nas reuniões da comissão havia duas professoras cujos pontos de vista destoavam de todos os outros professores: a representante do Departamento de Filosofia, Profa. Dra. Sônia Felipe e a do Departamento de Ecologia, Profa. Dra. Paula Brüger. Elas provocavam os demais professores a reflexões profundas e incômodas, sempre com argumentos inteligentes. Pela primeira vez em toda minha carreira ouvi vozes dissonantes a tudo que me haviam ensinado.

Nas votações dos pareceres dos projetos encaminhados aquela CEUA, ambas eram sempre votos vencidos e demorou um tempo até eu ter coragem de acompanhar seus votos contrários a projetos que não passavam pelo crivo ético. Desde então minha visão sobre a utilização de animais em pesquisa mudou radicalmente. Como que aplicando o princípio dos 3R`s na minha vida profissional, fui diminuindo, refinando e finalmente substituindo o uso de vidas de animais não humanos por procedimentos in vitro.

Há mais ou menos dois anos não mato mais nenhum animal. A minha transformação pessoal respingou em outros colegas de Departamento: foram suprimidas as aulas práticas que utilizavam animais na disciplina de Imunologia, ministrada para os cursos de Ciências Biológicas, Medicina, Enfermagem, Odontologia,  Nutrição  e Farmácia; duas professoras filmaram estas aulas que em breve estarão disponíveis para utilização em outras Universidades; outro professor encerrou os estudos com vacinas contra HIV  realizados em camundongos e agora realiza estudos mais complexos, multidisciplinares, em seres humanos infectados; foram abertos espaços em aulas para se abordar a utilização de animais em pesquisa no curso de graduação em Ciências Biológicas e no Programa de Pós-graduação.

É, portanto, para relatar aspectos dessa minha experiência que estou aqui. Novo desafio que encaro com alegria e com esperança. Alegria por estar livre de deliberadamente causar a morte a seres que, assim como eu, compartilham desta misteriosa e maravilhosa experiência que é a Vida. Esperança de contribuir para que seja construída uma Nova Ciência, cujos meios e fins sejam mais nobres do que os atuais, impostos por interesses nem sempre explícitos.

Fonte: ANDA

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vídeo novo! Crueldade do tráfico de animais silvestres e nosso sonho de alcançar um mundo melhor



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#CatLoversDay é hoje!



Mostre todo amor que você tem pelo seu bichano!


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Simpósio na Oficina do Estudante

O colégio Oficina do Estudante realizou nesta quarta-feira, 28/09, um Simpósio Estudantil em apoio ao WEEAC - Evento Mundial pelo Fim da Crueldade contra os Animais, que mobilizará 26 países no dia 08/10. No Brasil, 25 cidades sediarão o movimento, sendo Campinas uma delas.

O Simpósio, realizado hoje, contou com a presença de aproximadamente 300 estudantes, que assistiram atentamente a palestra da delegada do Setor de Proteção aos Animais e Meio Ambiente, Dra. Rosana Mortari, e o presidente do Conselho Municipal de Defesa e Proteção dos Animais (CMPDA), Flávio Lamas. Ambos explanaram o conceito de maus tratos contra os animais, apelando pela conscientização da população desde o ensino primário nas escolas. O professor de biologia Shesterson Aguiar aproveitou a ocasião para explicar também a necessidade da preservação dos biomas para conservação das espécies.

Lamas fez um convite para que os alunos comparecessem no evento WEEAC Campinas no dia 08/10. "A concentração acontecerá à partir das 16 horas, na Concha Acústica da Lagoa do Taquaral. Às 19 horas vamos acender 500 velas e quatro tochas com objetivo de iluminar a consciência das pessoas pelo fim da crueldade contra os animais", disse.

A agência Notícia Animal estará presente para fazer a cobertura deste evento.



Fonte: Notícia Animal

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A ciência não precisa ser cruel

14/09/2011

Brasil adere à luta contra sacrifício de animais em pesquisas científicas

Redação do Diário da Saúde
Animais em pesquisas
O Brasil finalmente vai ganhar um laboratório destinado a evitar o sacrifício de animais nas pesquisas científicas.
Os animais foram importantes durante uma longa fase da ciência e da medicina, mas hoje já existem várias técnicas que evitam o sacrifício a cada teste de uma molécula ou de um candidato a medicamento.
Se o estágio atual da tecnologia não permite ainda eliminar totalmente os testes com animais, isto se deve em grande parte à falta de interesse de muitos cientistas em encontrar alternativas, uma vez que sacrificar um animal é muito mais simples e rápido.
Alternativa ética
É claro que vários grupos de pesquisadores já se dedicam ao tema, sendo eles os grandes responsáveis pelo desenvolvimento das novas técnicas já disponíveis.
Mas esses cientistas mais éticos nunca tiveram seus esforços totalmente recompensados pela falta de apoio para que os testes alternativos fossem validados e aceitos.
O novo Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam) é o primeiro esforço coordenado feito no Brasil com essa finalidade.
O Bracvam vai se dedicar inteiramente ao desenvolvimento de métodos alternativos para a validação de pesquisas que não utilizem animais na fase de testes.
O Centro será instalado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), com a colaboração da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"De maneira organizada, vamos trabalhar os dados e organizar grupos de pesquisas para que novas metodologias sejam fomentadas e passem a ser métodos oficiais," afirmou Isabela Delgado, pesquisadora do INCQS.
Ciência sem sacrifício de animais
Vários países já proíbem não apenas o sacrifício dos animais, mas também a produção e a importação de produtos desenvolvidos com testes em cobaias.
Ao lado da questão ética do sofrimento das cobaias, as pesquisas que utilizam animais são vistas como menos refinadas do ponto de vista técnico científico.
Já se sabe, por exemplo, que os experimentos com animais não levam em conta aspectos caracteristicamente humanos das doenças, como os componentes cognitivos e emocionais envolvidos.
Há poucos dias, uma equipe demonstrou que os camundongos utilizados nas pesquisas sobre doenças do coração não representam um modelo adequado para as doenças cardíacas humanas - o que funciona no coração do camundongo não funciona no coração humano.
Ao lado disso, já há uma grande preocupação dentro da própria comunidade científica sobre a possibilidade da criação de quimeras, criaturas híbridas humano-animais.
"Buscamos mais avanço técnico, resultados mais confiáveis, menos susceptíveis a erros, de menor custo e de mais fácil difusão em outros países," disse Isabella. "Encontramos 14 pesquisas de métodos alternativos no país e nossa ideia é reunirmos essa capacitação, pesquisarmos juntos."
Validação de métodos alternativos
Segundo Eduardo Leal, também do INCQS, universidades públicas brasileiras e centros de produção de vacinas, como o Instituto Butantan e o Adolph Lutz, têm estudos para validação de métodos alternativos.
Mas, segundo ele, a participação da Anvisa é crucial para que essas novas metodologias sejam validadas e aceitas na regulamentação dos produtos.
A União Europeia proíbe desde 2004 a utilização de cobaias em linhas de desenvolvimento de artigos direcionados ao mercado da beleza.
Preocupados com essa tendência, algumas indústrias no Brasil também têm investido para abolir teste com animais na produção de cosméticos.

Blog da WEEAC Brasil: Cidades Autorizadas WEEAC Brasil 2011

Blog da WEEAC Brasil: Cidades Autorizadas WEEAC Brasil 2011: Olá, amigas e amigos da WEEAC Brasil, Como vem sendo anunciado há meses, a WEEAC International está promovendo um evento global, que con...

Agradecemos ao Deputado Tripoli pelo apoio ao evento!



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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Recado do Demônios da Garoa em apoio ao WEEAC Campinas!




Veja mais vídeos do WEEAC Campinas aqui.

Uma campanha da Oficina do Estudante em prol do WEEAC Campinas!


Campanha de Arrecadação de 

Ração – Participe!


No próximo dia 28 de setembro a Oficina do Estudante estará promovendo um Simpósio de Proteção Animal, que marcará a abertura oficial do WEEAC (Evento Mundial pelo Fim da Crueldade Animal). Paralelamente ao Simpósio, a Oficina do Estudante lançou também uma campanha de arrecadação de ração para ONG´s da cidade. Participe! Traga um saco de ração para cães ou gatos e ajude instituições que se preocupam com a causa animal. As contribuições são recebidas no pátio da instituição ou com o professor Anderson Dino. O Simpósio acontece a partir das 16h15 no auditório da Oficina do Estudante e será aberto ao público externo. Os interessados devem fazer as inscrições através do telefone 3241-6688. WEEAC em Campinas O WEEAC em Campinas será realizado no dia 08 de outubro na Concha Acústica do Taquaral e contará com apresentações musicais e também com um telão conectado ao resto do Brasil e do mundo. Vinte e cinco cidades brasileiras estarão envolvidas na ação, além dos 26 países, somando 68 capitais mundiais. Mais informações sobre o WEEAC podem ser obtidas no site weeac-campinas.blogspot.com. Oficina do Estudante Cursinho Pré-Vestibular e Ensino Médio de Campinas www.oficinadoestudante.com.br


Fonte: RAC

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Conheça histórias de luto, amizade e gratidão vividas por animais de várias espécies


Por Marc Bekoff

Tradução por Vanessa Perez  (ANDA)


Um estudo científico mostra que muitos animais são muito inteligentes e têm habilidades sensoriais e motoras como nós. Os cães são capazes de detectar doenças como o câncer, diabetes e alertar os humanos sobre ataques cardíacos e derrames. Os elefantes, baleias, hipopótamos, girafas e jacarés usam sons de baixa frequência para se comunicarem a longas distâncias, muitas vezes milhas; e morcegos, golfinhos, baleias, sapos e diversos roedores usam sons de alta frequência para encontrar comida, se comunicar com os outros e nadar.
Muitos animais também demonstram amplas emoções incluindo a felicidade, alegria, empatia, compaixão, dor, ressentimento e constrangimento. Não é de se surpreender que os animais, especialmente, mas não só, os mamíferos compartilham muitas emoções com a gente porque nós também compartilhamos estruturas cerebrais, localizadas no sistema límbico, que é a sede das nossas emoções. Em muitos aspectos, as emoções humanas são dons dos nossos antepassados animais.


Luto das raposas vermelhas: Dizendo adeus a um amigo

Muitos animais mostram profundo pesar pela perda ou ausência de um parente ou companheiro. Leões marinhos fêmeas lamentam ao ver seus bebês sendo comidos por baleias. Existem relatos de golfinhos vistos lutando para salvar um filhotinho morto, empurrando seu corpo para a superfície da água. Os chimpanzés e elefantes ficam de luto pela perda de familiares e amigos, e Gorilas tentam acordar os mortos. Donna Fernandes, presidente do Jardim Zoológico de Buffalo, presenciou um fato interessante com uma gorila fêmea, Lilica, que morreu de câncer no Franklin Park Zoo de Boston. Ela diz que o companheiro de longa data da gorila uivava e batia no peito, pegou um pedaço de aipo, alimento favorito de Lilica e colocou em sua mão, depois tentou acordá-la.
Certa vez, aconteceu um fato que parecia ser um serviço funerário. Um pombo havia sido atropelado por um carro. Quatro de seus companheiros de bando estavam ao seu redor, em silêncio e bicavam delicadamente em seu corpo. Uma, depois outra, voaram e trouxeram ramos de pinheiro e colocaram pelo seu corpo. Todos eles ficaram de vigília durante um tempo, balançaram a cabeça e voaram.
Eu também assisti uma raposa vermelha enterrar seu companheiro depois de um puma ter matado ele. Ela gentilmente colocou terra e galhos sobre seu corpo, parou, olhou para se certificar de que ele estava toda coberta, bateu a terra e os ramos com as patas dianteiras, ficou em silêncio por um momento, depois afastou-se, cauda e orelhas para baixo contra a sua cabeça . Após a publicação de minhas histórias eu recebi e-mails de pessoas de todo o mundo, que tinham presenciado um comportamento semelhante em vários pássaros e mamíferos.


A empatia entre os elefantes

Alguns anos atrás, quando eu estava observando elefantes na Reserva Nacional de Samburu, no norte do Quênia, com o pesquisador de elefantes Lain Douglas-Hamilton, notei uma fêmea adolescente, Babyl, que andava muito lentamente e teve dificuldades a cada passo. Eu soube que ela tinha sido paralítica por anos, mas os outros membros de sua manada nunca a deixaram para trás. Eles andavam um pouco, paravam e olhavam ao redor para ver onde ela estava. Se Babyl ficasse para trás, alguns poderiam esperar por ela. Se ela tivesse sido deixada sozinha, ela teria sido atacada por algum leão ou outro predador. Às vezes, a matriarca a alimentava. Os amigos de Babyl não tinham nada a ganhar com esta ajuda bem como ela não podia fazer nada por eles. No entanto, eles ajustaram seu comportamento para permitir que Babyl permanecesse com o grupo.


Os animais têm experiências espirituais?

Os animais se sentem maravilhados com os seus arredores, têm um sentimento de admiração ao ver um arco-íris, ou pensam de onde o relâmpago vem? Às vezes, um chimpanzé, geralmente um macho adulto, vai dançar em uma cachoeira em total desprendimento. Jane Goodall descreveu um chimpanzé se aproximando de uma cachoeira com um pouco do pelo eriçado, um sinal de grande excitação. “À medida que se aproximava, e o barulho da água caindo ficava mais alto, ele acelerava seu ritmo, seu pelo se tornava completamente ereto, e ao atingir a correnteza ele realizou uma magnífica exibição ao pé da cachoeira. De pé, ele oscila ritmicamente de pé para pé, batendo no raso, água correndo, apanhando e arremessaram pedras grandes. Às vezes, ele sobe nas videiras finas que pendem no alto das árvores e balança para fora da garoa da cachoeira. Esta “dança da cachoeira ” pode durar 10 ou 15 minutos. “Depois de uma exibição na cachoeira, o intérprete pôde se sentar em uma pedra com os olhos acompanhando a queda de água. Chimpanzés também dançam no início das fortes chuvas e durante violentas rajadas de vento.
Em junho de 2006, eu e Jane visitamos um santuário de chimpanzés perto de Girona, na Espanha. Nós fomos informados que Marco, um dos chimpanzés resgatados, costuma dançar durante tempestades parecendo estar em transe.


Shirley e Jenny: Lembrando dos amigos

Os elefantes têm sentimentos fortes. Eles também têm grande memória. Eles vivem em sociedades matriarcais que possuem fortes laços sociais entre os indivíduos que pode perdurar por décadas. Shirley e Jenny, dois elefantes fêmeas, foram reunidos depois de viverem separadas por 22 anos. Elas foram levados separadamente para um santuário de elefantes em Hohenwald, Tennessee, para viver suas vidas em paz, na ausência de abuso que sofreram na indústria do entretenimento. Quando Shirley viu novamente Jenny,esta ficou visivelmente ansiosa. Ela queria entrar na mesma barraca em que Shirley estava. Eles gritaram uma para a outra, o tradicional cumprimento entre amigos quando eles se reencontram. Ao invés de serem cautelosas e incertas sobre a outra, elas se tocaram por entre as grades que as separavam e se mantiveram unidas. Seus tratadores ficaram intrigados pela forma como as elefantes e deram tão bem. A busca nos registros, mostraram que Shirley e Jenny tinham vivido juntos em um circo a 22 anos atrás, quando Jenny era um bebê e Shirley tinha seus 20 anos. Elas ainda se lembram uma da outro como quando elas ainda estavam juntas.


A gratidão de uma baleia

Em dezembro de 2005, uma baleia de 50 toneladas, uma fêmea de jubarte se enroscou nas linhas de uma rede e estava quase se afogando. Depois de uma equipe de mergulhadores livrarem ela das redes, ela se aninhou a cada um dos seus salvadores, por sua vez e nadou em torno deles, o que um especialista em baleias disse ser  “um encontro raro e extraordinário.” James Moskito, um dos mergulhadores recordou que “Parecia que ela queria nos agradecer, sabendo que estava livre e que tínhamos ajudado ela. A baleia, parada cerca de um metro longe de mim, me intimidou um pouco mas  nos divertimos, disse Mike Menigoz. Os outros mergulhadores também foram profundamente tocado pelo encontro: “A baleia estava fazendo pequenos mergulhos e os caras estavam lado a lado com ela…. Eu não sei ao certo o que ela estava pensando, mas é algo de que eu sempre me lembrarei. ”


Abelhas ocupadas como Matemáticos

Nós sabemos que abelhas são capazes de resolverem problemas complexos de matemática com mais rapidez que um computador – especificamente o que chamamos de “o problema do caixeiro viajante” – apesar de terem um cérebro do tamanho de uma semente de capim. Elas economizam tempo e energia encontrando a rota mais eficiente em meio à flores. Elas fazem isso diariamente enquanto um computador poderia levar dias para resolver o mesmo problema.






Cães farejando doenças

Como já sabemos, os cães possuem um olfato muito apurado. Eles cheiram aqui e ali tentando descobrir quem esteve por lá e também são conhecidos por meterem o nariz onde não deveriam. Comparado aos humanos, os cães possuem a área do epitélio nasal (que carrega as células receptoras), 25 vezes maior e  mais centenas de células olfativas na região cerebral. Cachorros podem diferenciar qualquer diluição à medida de um para um milhão, seguir trilhas pelo odor, e são dez mil vezes mais sensíveis a alguns odores que os humanos.
Cães aparentam serem capazes de detectarem diferentes tipo de câncer – de ovário, pulmão, bexiga, próstata e mama -  e diabetes, talvez pela respiração da pessoa. Considerando uma collie chamada Tinker e seu companheiro humano, Paul Jackson, que possui dois tipos de diabetes. A família de Paul percebeu que sempre que ele estivera prestes a ter um ataque, Tinker ficava agitado. Paul disse: “Ele lambia a minha cara, ou chorava suavemente, ou até mesmolatia. Então percebemos que este comportamento acontecia quando eu estava tendo um ataque de hipoglicemia por isso juntamos as peças. “Pesquisas ainda são necessárias, mas os estudos iniciais da Pine Street Foundation e outros sobre o uso de cães para diagnóstico são promissoras.


Tudo bem ser um cérebro de pássaro

Os corvos, da remota ilha no Pacífico, da Nova Caledônia mostram suas habilidades incrivelmente de alto nível, quando fazem e usam ferramentas. Eles conseguem a maior parte de sua comida usando ferramentas, e eles fazem isso melhor do que os chimpanzés.Sem nenhum treinamento prévio, eles podem fazer anzóis de peças e arame retos para obter alimento que estiver fora de seu alcance. Eles podem adicionar recursos para melhorar uma ferramenta, uma habilidade supostamente exclusiva dos humanos. Por exemplo, eles fazem três tipos diferentes de ferramentas com as folhas, arame farpado e espinho do pinheiro. Eles também modificam a ferramenta dependendo da necessidade, um tipo de invenção não vista em outros animais. Essas aves podem aprender a puxar uma corda para recuperar uma vara curta, usa a vara para pegar uma mais longa, então usa o bastão para pegar um pedaço de carne. Um corvo, chamado Sam, ficou menos de dois minutos inspecionando a tarefa e resolvê-lo sem erros.
Corvos da Caledônia vivem em pequenos grupos familiares e os mais jovens aprendem o uso das ferramentas por observarem os adultos. Pesquisadores da Universidade de Auckland descobriram que os adultos levam os jovens a lugares específicos chamados “escola de ferramentas” onde eles podem praticar o uso delas.


Amor de cachorro

Como nós já sabemos, os cães são os melhores amigos dos homens. Eles também podem ser amigos entre eles. Tika e seu companheiro de longa data, Kobuk, criaram oito filhotes juntos e estavam curtindo sua aposentadoria na casa de minha amiga Anne. Mesmo sendo companheiros de longa data, Kobuk geralmente espantava Tika, pegando sua cama favorita ou seu brinquedo.
Mais tarde, Tika desenvolveu um tumor malign0 e teve que ter sua perna amputada. Ela tinha problemas em se movimentar enquanto estava se recuperando da cirurgia, Kobuk não saia do seu lado. Kobuk parou de empurrar ela ou se importar se ela tinha permissão de usar a cama sem ele. Por volta de duas semanas após a cirurgia de Tika, Kobuk acordou Anne no meio da noite. Ele correu em direção a Tika. Anne pegou Tika e levou os dois cães para fora mas eles só deitaram na grama. Tika estava gemendo baixinho e Anne percebeu que sua barriga estava muito inchada. Anne a levou para a emergência da clínica veterinária em Boulder, onde ela foi submetida à cirurgia que salvaria sua vida.

Se Kobuk  não tivesse buscado Anne, Tika certamente teria morrido. Tika estava recuperada, e como sua saúde melhorou após a amputação e operação, Kobuk tornou-se o cão mandão que sempre tinha sido, até mesmo com Tika que andava em três pernas. Mas Anne tinha testemunhado a sua verdadeira relação. Kobuk e Tika, como um casal de velhinhos casados de verdade, estariam sempre lá um para o outro, mesmo que a personalidade nunca mudassem.





Jethro e o coelhinho

Depois que eu peguei Jethro na Humane Society de Boulder e o trouxe para minha casa na montanha, eu soube que ele era um cão muito especial. Ele nunca perseguiu os coelhos, esquilos, veados, ou qualquer um que nos visitasse. Muitas vezes ele tentou abordá-los como se fossem amigos.
Um dia Jethro veio à minha porta, me olhou nos olhos, arrotou, e deixou cair um peludo, pequeno, a bola coberta de saliva de sua boca. Eu me perguntava o que no mundo que ele tinha trazido de volta e descobri que a bola molhada do pelo era um coelho muito jovem.
Jethro continuou a fazer contato visual direto comigo, como se ele estivesse dizendo, “Faça alguma coisa”. Peguei o coelho, coloquei em uma caixa, dei-lhe água e aipo, e percebi que ela não iria sobreviver à noite, apesar dos nossos esforços para mantê-la viva.
Eu estava errado. Jethro permaneceu ao lado dela e se recusou a fazer os passeios ou comer, até que eu o afastei para que pudesse atender ao chamado da natureza. Quando eu finalmente libertei o coelho, Jethro seguiu seu caminho e continuou a fazê-lo durante meses.
Ao longo dos anos, Jethro se aproximou de coelhos, como se fossem seus amigos, mas geralmente eles fugiam. Ele também resgatou os pássaros que voaram em nossas janelas e, em certa ocasião, um pássaro que havia sido capturado por uma raposa vermelha e caiu na frente do meu escritório.


Cão e Peixe: Amigos improváveis

Os peixes são muitas vezes difíceis de se identificar ou sentir algo por eles. Eles não têm rostos expressivos e parecem não nos dizer muito comportamentalmente. No entanto, Chino, um golden retriever que viveu com Maria e Dan Heath, em Medford, Oregon, e Falstaff, um pequeno peixe, tinham reuniões regulares na beira da lagoa onde moravam em Falstaff. Todo dia, quando chegava Chino, Falstaff nadava até a superfície, cumprimentava e mordiscava as patas de Chino. Falstaff fez isso várias vezes e Chino observava com um olhar curioso e perplexo no rosto. Esta amizade foi extraordinária e encantadora. Quando o Heaths mudaram, eles foram tão longe a ponto de construir um novo viveiro, para que Falstaff pudesse se juntar a eles.


Um chimpanzé envergonhado : Eu não fiz isso!

Vergonha é uma coisa difícil de se observar. Por definição é um sentimento que faz alguém tentar se esconder. Mas a mais famosa primatóloga Jane Goodall acredita ter observado algo que possa ser chamado de “embaraço” em um chimpanzé.
Fifi era uma chimpanzé fêmea que Jane conhecia a mais de 40 anos. Quando o filho mais velho de Fifi, Freud, tinha cinco anos, seu tio Figan, irmão de Fifi, era o macho Alfa da comunidade. Freud sempre seguia Figan como se ele idolatrasse o grande macho.
Uma vez, quando Fifi estava limpando Figan, Freud subiu no tronco fino de uma árvore. Quando chegou à copa frondosa, ele começou a balançar violentamente para trás e para frente. Se ele fosse uma criança humana, teríamos dito que ele estava se mostrando. De repente, o galho quebrou e Freud caiu na grama. Ele não ficou ferido. Ele veio perto de Jane, e como se sua cabeça mergulhasse na grama, Jane viu que ele olhava para Figan. Ele percebeu? Se ele percebeu, não prestou atenção nenhuma, mas continuou sendo limpo por Fifi. Freud muito calmamente subiu em outra árvore e começou a se alimentar.
O Psicólogo da Universidade de Harvard, Marc Hauser, observou o que poderia ser chamado de constrangimento em um macaco rhesus macho. Depois de acasalar com uma fêmea, o macho escorregou e  caiu em uma vala. Levantou-se rapidamente e olhou em volta. Depois sentindo que os outros macacos não viram ele cair, ele saiu, costas, cabeça e cauda alta para cima, como se nada tivesse acontecido.


Resgate de animais : sentindo compaixão por quem precisa

Histórias sobre animais resgatando membros de sua própria espécie e outras, incluindo seres humanos, não faltam. Eles mostram como os indivíduos de espécies diferentes exibem compaixão e empatia para com os necessitados.

Em Torquay, na Austrália, depois que um canguru foi atropelado por um carro, um cão descobriu um  bebê em sua bolsa e levou-o ao seu dono, que cuidou do jovem animal. O cão de 10 anos de idade e o pequeno filhote de 4 meses de idade, se tornaram melhores amigos.

Em uma praia na Nova Zelândia, um golfinho foi resgatar duas baleias-pigmeus encalhadas em um banco de areia. Depois que as pessoas tentaram em vão levar  as baleias para águas mais profundas, o golfinho apareceu e as duas baleias o seguiram de volta para o oceano.
Os cães também são conhecidos por ajudar aqueles que estão em necessidades. Um pit bull perdido acabou com uma tentativa de assalto a uma mulher que saáa do playground de um parque com seu filho, em Port Charlotte, Florida. Um oficial de controle animal disse que estava claro que o cão estava tentando defender a mulher, que ele não conhecia. Em Buenos Aires, na Argentina, um cachorro salvou um bebê abandonado colocando ele de forma segura entre os seus próprios filhotes recém-nascidos. Surpreendentemente, o cachorro carregou o bebê por  cerca de 150 metros de onde seus filhotes estavam, após encontrar o bebê coberto por um pano em um campo.


Justiça de Raven?

Em seu livro, Mind of the Raven, a bióloga e especialista Bernd Heinrich, observara que os corvos se lembravam de um indivíduo que de forma consistente. Às vezes, um corvo ataca um intruso mesmo que ele não veja que seu local esteja sendo invadido.
Isso é moral? Heinrich parece pensar que é. Ele diz que esse comportamento, “Era um corvo  buscando o equivalente humano de justiça, porque ele defendia o interesse do grupo a um custo potencial para si mesmo.”
Em experiências posteriores, Heinrich confirmou que os interesses do grupo que poderia conduzir o que um corvo decide fazer.


Marc Bekoff escreveu este artigo em Can animals save us? na primavera de 2011 para a YES! Magazine. Marc tem escrito vários livros e ensaios sobre a vida emocional e moral dos animais, incluindo The Smile of a Dolphin, The Emocional Lives of Animals, Wild Justice: The Moral Lives of Animals (com Jessica Pierce), e Animal Manifesto: Six Reasons for Expanding Our Compassion Footprint. A página da web de Marc é: marcbekoff.com e, de Jane Goodall : ethologicalethics.org.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Protetoras da Ame um Bicho declaram apoio à WEEAC Campinas



Veja nossos vídeos anteriores aqui.

Obrigada à Oficina do Estudante!


Simpósio Estudantil na Oficina do Estudante vai abordar o WEEAC Campinas

No dia 28 de setembro, alunos e professores do Colégio Oficina do Estudante, representantes de ONG´s da cidade e autoridades terão a oportunidade de debater os temas que cercam o WEEAC, os direitos, as leis e a importância do fim da crueldade com os animais. 

Estarão presentes no Simpósio a Dra. Rosana Mortari, Delegada de Polícia do SEPAM (Setor de Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente) de Campinas, Flávio Lamas, representante da AAAC (Associação Amigos dos Animais de Campinas) e o professor Shesterson, que ministra a disciplina de biologia na Oficina do Estudante, além da Coordenadora do WEEAC em Campinas, Rosana Ocampos (Grupo de Apoio ao Animal de Rua).

A Oficina do Estudante lança também uma Campanha de Arrecadação de Ração em prol das ONG´s da cidade. As contribuições serão recebidas no prédio da instituição.

O simpósio terá início às 16h15 no auditório da Oficina do Estudante e será aberto ao público externo. Os interessados devem fazer as inscrições através do telefone 3241-6688. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A vida desrespeitada


                                         Ulisses Capozzoli

            Aos poucos a barbárie conhecida como “festa do peão boiadeiro”, marcada por rodeios, touradas, vaquejadas e práticas afins de violência contra os animais começa a ser combatida pelo Ministério Público (MP) e representantes do Legislativo.
            Nesta semana a Câmara Municipal de Araraquara, a 272 km de São Paulo, aprovou por unanimidade projeto de lei que proíbe essas atividades.
            A iniciativa da proibição foi da prefeitura municipal, mas para tomar essa decisão a administração foi pressionada por sociedades protetoras dos animais e opinião pública, indignadas com essa forma de violência.
            A proibição a essas atividades que desrespeitam direitos elementares da vida, adotada em Araraquara, pode ser acompanhada por outras cidades do interior paulista.
Segundo entidades de proteção aos animais, a decisão atraiu interesse de vereadores de cidades como Jaboticabal, São Carlos e Atibaia, a última delas às margens da rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais.
            É possível que a “festa do peão”, iniciativa que se espalhou de Barretos, interior de São Paulo, para praticamente todas as regiões do País acabem proibidas em escala nacional. Elas não têm relação com a historia nacional e resultam de práticas copiadas de regiões como o Texas, nos Estados Unidos.
            Em meados de agosto passado o deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB-SP), apresentou projeto de lei que proíbe a perseguição de animais em provas de rodeios e prevê multa de até R$ 30 mil para os infratores.
O valor poderá ser duplicado em caso de reincidência.
            Como justificativa para o projeto de lei Trípoli citou o caso de um bezerro que ficou paralítico durante uma prova na arena da 56º Festa do Peão de Boiadeiro em Barretos, há poucas semanas.
            




quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Oferta Prime está apoiando a WEEAC Campinas!


O site de compras coletivas, OFERTA PRIME, está apoiando o WEEAC Campinas! Através do site, você pode comprar o kit (camiseta+adesivo+botton) com desconto! Corram antes que a oferta acabe!



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terça-feira, 13 de setembro de 2011

A falta de Políticas Públicas para o bem-estar animal

Veja nossos vídeos anteriores aqui.

Dando continuidade à nossa série sobre Políticas Públicas: um exemplo a ser seguido.


Poços de Caldas/MG
Estudantes aprendem sobre guarda responsável de animais
21 de março de 2010

Estudantes de 4 a 11 anos, das redes pública e particular de Ensino, em Poços de Caldas, MG, estão aprendendo que ter um animal de estimação não é brincadeira. O projeto sobre a guarda responsável de animais é da Secretaria Municipal de Saúde, por meio do setor de Vigilância Ambiental e do Centro de Controle de Zoonoses, com apoio da Secretaria Municipal de Educação.

Foto: Reprodução/Prefeitura de Poços de Caldas

Quarenta e uma escolas das áreas urbana e rural participam do projeto, que leva orientação por meio de palestras e da presença dos mascotes, um cão e uma gatinha, que serão batizados pelas crianças, por meio de um concurso. “Tudo isso visa estimular as crianças para o debate sobre o assunto. O abandono de animais hoje é um problema cultural. Cerca de 70% dos animais do canil provêm de doações dos próprios donos, que são recolhidos pela Guarda Verde”, informa o coordenador da Vigilância Ambiental, Rogério Blasi.

Foto: Reprodução/Prefeitura de Poços de Caldas

O projeto visa ainda o controle e prevenção de zoonoses, que são doenças transmitidas ao homem por animais. “Passamos ainda a ideia de que cuidar de um animal é uma grande responsabilidade, é necessária uma alimentação balanceada, vacinação e cuidados veterinários, carinho, levar para passear e muitos outros. Todas estas questões são levantadas durante a palestra e as crianças levam para casa um folder para que os pais também sejam conscientizados”, diz Blasi.

As palestras tiveram início na última segunda-feira, 15, no Caic e continuam até 16 de abril. Além da orientação, distribuição de folders, outra peça da campanha é a luvinha cata-caca, para que o próprio tutor do animal recolha as sujeiras que o seu bichinho fizer pelas ruas da cidade. “No início, nossa intenção é colocar displays com as luvas à disposição da população em pontos mais frequentados por tutores e cães, que são as avenidas João Pinheiro, Santo Antônio e Davi Ottoni. Vamos iniciar um programa de conscientização da população”, explica o coordenador, destacando que a luva é apenas um incentivo e que a coleta pode ser feita com uma sacolinha de supermercado, por exemplo.

O projeto Guarda Responsável de Animais tem o apoio da Divisão de Projetos de Educação Complementar da Secretaria Municipal de Educação e da Guarda Verde.

ANDA

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Políticas públicas de direitos animais


Gabriel Bitencourt - Política Animal

A evolução das políticas públicas voltadas aos Direitos dos Animais tem um caminhar lento em seus primeiros andares, mas firme e consistente na sua direção.
Não faz muito que no Brasil os meninos andavam com estilingues no pescoço, gaiolas e alçapões nas mãos, vindos de suas casas. Horas depois, na volta, exibiam como troféu dezenas de passarinhos mortos e tantos outros presos. Também não é de muito tempo que, durante a semana que antecede a Páscoa, no Estado de Santa Catarina, a maior parte das pessoas daquela e de outras partes do Brasil, consideravam “cultural” e “aceitável” a tortura e a morte de animais na conhecida “Farra do Boi”.
Hoje, essas e tantas outras práticas de crueldade contra os animais não são aceitáveis. Ao contrário, são vistas como atitudes primitivas e moralmente condenáveis, além de criminalizadas pela legislação ambiental vigente.
A produção de leis nesta esfera tem representado um importante sinal destes avanços e representam a materialização de um processo. Desta forma, as Casas Legislativas funcionam como caixa de ressonância dos movimentos sociais.
Assim, as ações do ativismo de defesa dos Direitos dos Animais, de forma organizada ou de maneira individual e independente, têm crescido e provocado mudanças de paradigmas na sociedade e influenciado no campo da formulação de leis.  Quando um projeto de lei é produzido e aprovado, é, via de regra, consequência de o objeto da matéria já estar contido na agenda social depois de ter sido amplamente debatido.
A partir do momento em que a sociedade discute e os movimentos sociais organizados produzem suas ações provocativas de reflexões sobre determinado tema, passa a ser praticamente natural sua incorporação nos textos legais.
Claro que, muitas vezes, esse padrão não se verifica. Não é porque a sociedade debateu e buscou uma legislação que contemple seus anseios, que a maioria dos membros de um legislativo se sensibiliza. Neste caso, quando a sensibilidade por uma causa não encontra eco entre a maioria dos parlamentares, cabe a justa, democrática e organizada pressão social, que pode tornar-se o agente que transforma um projeto de lei fadado ao arquivo morto, em lei.
O movimento social e o parlamento são entes que, se atuarem de forma imbricada e bem articulada, podem trazer significativos avanços para a sociedade, em especial, no campo da defesa dos direitos dos animais.
Fonte: ANDA

sábado, 10 de setembro de 2011

Saúde pública como bandeira pra crueldade: as capivaras e a febre maculosa

Estamos exatamente a 4 semanas do grande dia. Este dia vai representar um marco na nossa luta pelo bem-estar dos animais, será lembrado como o dia em que o mundo todo se uniu em uma só voz para pedir o fim de tanta crueldade.


Para nós de Campinas, este dia terá também uma simbologia muito especial. Será o dia em que deixaremos claro que não esquecemos a matança de nossas capivaras. Um animal tão dificilmente citado nas campanhas de proteção, mas que marcou tão profundamente a história de nosso trabalho. Foi por elas que as ONGs de Campinas se uniram para dar um basta na má conduta do poder público e, dessa união, resultará este evento.


Não vamos esquecer de todos os casos de maus-tratos à animais, domésticos e silvestres, que passaram por nós. Estaremos lá por todos. Mas as capivaras, sem dúvida, serão a nossa bandeira.

 


Quem quiser saber mais sobre esse episódio tão triste que vivemos, pode visitar o blog que foi feito pras nossas 13 (ou mais) vítimas da crueldade humana.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Novo vídeo da WEEAC Campinas sobre a crueldade da Saúde Pública nos cuidados às zoonoses




Veja os outros vídeos do WEEAC Campinas

Saúde pública como bandeira para a crueldade

Veterinária expõe a incoerência no assassinato de cães contaminados

por Dra. Marlene Nascimento

Nosso país está passando por graves problemas sociais e o tema proteção animal é encarado com certo preconceito. O que muitos governantes não percebem é que o perfil das pessoas que lutam pelos direitos dos animais mudou. O defensor não é mais aquele que fica chorando pelo que está acontecendo, mas o que se informa, pesquisa e vai a luta. Apresenta sugestões e trabalha não só em defesa do animal, mas também como um colaborador, quando lhe é permitido, dos órgãos de saúde pública.

Em nosso trabalho de defesa animal nos deparamos com situações desgastantes. Mas nenhuma que se iguala a que encontramos quando nos deparamos com a forma como são encaradas as zoonoses (doenças como raiva, leishmaniose, leptospirose e toxoplasmose). Em nome delas, são sacrificados milhares de cães e gatos no mundo inteiro, como se a vida destes animais não tivesse nenhum propósito neste planeta e o ser humano fosse o senhor absoluto do universo.

Nas grandes metrópoles, e mesmo em pequenos povoados, assistimos à depredação do meio ambiente, à falta de saneamento básico, a seres humanos convivendo com o lixo e a miséria, a governantes corruptos desviando verbas e a situações cada vez mais caóticas.

A interferência no meio ambiente
A interferência do ser humano no meio ambiente (desmatamento, acúmulo de lixo, circulação de animais, etc.) causou danos irreparáveis ao planeta e fez aparecer, em zonas urbanas, doenças como leishmaniose, leptospirose e outras consideradas de zona rural. Quando os detentores do poder se deparam com estas doenças, começam a combatê-las matando cães e gatos. Esquecem-se que estes são vítimas das ações depredatórias do ser humano e que também sofrem com a doença. É fácil sacrificar animais indefesos, tão fácil quanto é transferir a culpa pela incapacidade de resolver problemas tão primários.

Toneladas de inseticidas são utilizadas para combater este ou aquele vetor. Muitos animais são mortos e suas carcaças jogadas em lixões a céu aberto ou em valas comuns. Prefeituras disputam, com estatísticas aterrorizadoras em mãos, verbas para combater esta ou aquela doença. Muitas zoonoses estão emergentes devido à depredação do meio ambiente ou técnicas laboratoriais mais eficientes ou, o que é pior, devido a pesquisas dirigidas com a finalidade de disputar as verbas federais, equipamentos para laboratórios ou para alimentar o ego de alguns pesquisadores. O cão ou o gato são as primeiras vítimas caso tenham algum envolvimento com a doença.

A leishmaniose que agora se alastra pelo Brasil, a leptospirose, ou outra, não importa qual doença, a dinâmica é a mesma. Prefeituras disputam verbas com suas estatísticas e defensores dos animais tentam em vão salvar a vida de animais, vítimas inocentes. Se as verbas destinadas aos municípios fossem utilizadas para combater a raiz do problema, que com certeza não é o cão, nem o mosquito, nem o rato, mas a interferência do ser humano no meio onde vive, não teríamos tantas doenças que estão levando tanto o homem quanto o animal ao sofrimento.

A (ir)responsabilidade do ser humano
A partir do momento em que o ser humano domesticou o cão e o gato, tornou-se responsável por alimentá-lo, supervisioná-lo e, inclusive, interferir em sua capacidade reprodutiva através da esterilização, evitando assim a superpopulação e a disseminação de doenças.
Quanto ao rato, ao mosquito e a outros vetores, o homem contribui proporcionando o habitat para os mesmos como acúmulo de lixo e esgoto a céu aberto.

As zoonoses, muitas vezes, nos parecem “minas de ouro”, pois a cidade que mais apresentar problemas recebe maior verba. E assim, ano após ano, veremos animais sendo sacrificados em nome da saúde pública, como foi o caso de Araçatuba (SP), e agora é a vez de São Borja (RS) estampar as manchetes. Qual será a próxima cidade?

Ainda estamos consternados com as perdas causadas pela febre amarela, que levou muitos bugios a morte, alguns pela doença, mas a maioria morta cruelmente pelo bicho homem com a intenção de se proteger da doença.
Agora perguntamos: quantas pessoas morreram de febre amarela no Rio Grande do Sul e quantas morreram de problemas provocados pela vacina? 

Cobrem estes dados dos responsáveis. Esta maneira alarmista e insensível de proteger a saúde tem feito vitimas inocentes que, no caso da febre amarela, também atingiu os seres humanos.
Com a Leishmaniose “instalada” no Rio Grande do Sul, veremos milhares de cães serem abandonados e suas mortes serão inevitáveis, mesmo que pesquisas confirmem que matar cachorros não reduz a incidência da doença, mas as normas ditam: leishmaniose em cães significa morte, fazendo do Brasil o único país que mata os cães soropositivos.

Falta operador responsável para a máquina pública
Nós, cidadãos, estamos sustentando a máquina pública com o dinheiro de impostos, que são muitos, pagando para ver situações intermináveis de sofrimento de animais, e nenhuma solução de bom senso. E o que ouvimos é que investir em vacinas (no caso de leishmaniose) não é interessante. Esterilização? “Nem pensar, não resolve o problema”. Não somos SUS. Cães e gatos mesmo que esterilizados continuam albergues de doenças e estão sujeitos ao extermínio.
A situação se assemelha ao que acontece no nordeste: a seca assola a região, que recebe milhões em verbas todo o ano, mas nenhuma é investida na raiz do problema que é a “falta de água” e a seca continua sendo a “mina de ouro” do nordeste.

Precisamos fiscalizar as verbas
Estamos acostumados com lamentos: falta verba para a saúde, não é feita medicina preventiva neste país, etc. Se analisarmos todas as verbas que chegam aos nossos municípios para o combate a dengue, leishmaniose, entre outras, e somarmos a que chega para o meio ambiente, saneamento básico e muitas outras, veremos que na realidade não é tão pouca como dizem. Nós, cidadãos, devemos nos unir e fiscalizar onde essas verbas estão sendo gastas e cobrar para que sejam gastas na “raiz do problema”, caso contrário, estaremos sujeitos a passar o resto de nossas vidas vendo os nossos animais sendo bodes expiatórios de uma política de saúde pública enganosa e viciada como, até hoje, os nordestinos são vítimas da seca e fome.

Somente através da mudança da política de saúde pública é que conseguiremos evitar que milhares de cães e gatos sejam sacrificados em nosso país, pois não importa a gravidade da doença. Pode ser a raiva, uma doença mortal, ou uma simples verminose: qualquer uma é motivo para sacrifício de animais dentro da política atual. Vivemos numa ditadura em que os sanitaristas têm “poder de polícia” e nós temos que assistir o abuso praticado contra os animais em nome da saúde pública. Não importa qual o vetor nem a doença, o culpado pela disseminação do vetor e da doença sempre será o homem com a sua interferência no meio onde vive.

Saúde se faz com educação, saneamento básico, respeito ao meio ambiente, erradicação da miséria e efetivando políticas publicas com respeito a vida. Chega de matar animais em nome da saúde pública.

Dra. Marlene Nascimento
Médica veterinária, especialista em Saúde Pública, fundadora e presidente do Clube Amigos dos Animais.

ANDA-Agência de Notícias de Direitos Animais